sábado, 31 de maio de 2008

REENCARNAÇÃO X RESSURREIÇÃO


A reencarnação sempre fez parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição (só os saduceus não acreditavam nisso). Criam eles que um homem poderia reviver, mas não sabiam explicar como. Designavam como ressurreição o que o espiritismo mais judiciosamente chama de reencarnação. A ressurreição presume a idéia de voltar á vida o corpo que já está morto, o que a ciência demonstra ser materialmente impossível; como reunir todos os elementos que o compõem quando já dispersos e absorvidos; A reencarnação é a volta da alma ou espírito á vida corpórea, mas em outro corpo que não tem nada de comum com o antigo.
Chamada também de palingenesia, de duas palavras gregas-Palin, de novo; gênesis, nascimento. Notável observar-se que desde os albores da Civilização, ela foi formulada na Índia; desde a mais remota antiguidade, os povos da Ásia e da Grécia acreditavam na imortalidade da alma; Pitágoras, Sócrates, Platão, Orígenes, Virgílio entre tantos outros foram precursores da reencarnação.
O cristianismo rejeitou a reencarnação porque sua visão abalava a autoridade da Igreja onde a salvação não dependia da relação do indivíduo com ela, mas sim da relação do indivíduo com Deus; daí tantos conflitos e criaturas queimadas em fogueiras por acreditarem na comuncabilidade dos espíritos, na sobrevivência da alma e na reencarnação; foram considerados heréticos, bruxos etc... Por este receio foi que em 325dc, o imperador Constantino o Grande e sua mãe, Helena, suprimiram as referências á reencarnação contidas no Novo-Testamento. O segundo concílio de Constantinopla, reunido em 553dc validou este ato, declarando herético o conceito da reencarnação. Aparentemente ele enfraqueceria o poder crescente da Igreja, dando aos homens tempo demais para a salvação. (inf. Colhida por Dr. Brien Weiss no livro do curso de religiões comparadas que freqüentou em Columbia) Haveria de fato referências á reencarnação no Novo e Velho Testamentos. Para melhor conhecimento do assunto necessário o seu estudo e de forma séria.”O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá. Quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que a estudar metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das idéias. Não se pode julgar a priori, levianamente, sem tudo ter visto, sem imprimir á seus estudos a continuidade, a regularidade e o recolhimento necessários”. (Allan Kardec na introdução de O Livro dos Espíritos item VIII).
Renascemos, isto é um fato, e trazemos conosco a herança boa ou má do nosso passado; renascemos para saldar as nossas dívidas e conquistar novas vitórias que nos auxiliarão em nosso crescimento, em nossa ascensão, acelerando nossa caminhada. A reencarnação é a única forma racional por que se pode admitir a reparação das faltas cometidas; se assim não fora, não poderíamos crer em justiça, em um ser infinitamente bom e justo, único e perfeito.Precisaríamos acreditar em inferno para onde Deus enviaria seu filhos para queimarem eternamente, e, se nós imperfeitos que somos não condenamos nossos filhos para sempre impossível conceber esta atitude NELE; teríamos que admitir a injustiça, a incoerência presidindo a repartição dos bens, dos males, das aptidões etc. “Por que para uns a fortuna, a felicidade constante e para outros a miséria, a desgraça inevitável? Para estes a força, a saúde, a beleza;para aqueles a fraqueza, a doença a fealdade? Por que a inteligência, o gênio, aqui; e acolá a imbecilidade? Como se encontram tantas qualidades morais admiráveis, a par de tantos vícios e defeitos?Por que há raças tão diversas?...E as enfermidades inatas, a cegueira, a idiotia, as deformidades, todos os infortúnios que enchem os hospitais, os albergues noturnos, as casas de correção? Por que também as crianças mortas antes de nascerem e as que são condenadas a sofrer desde o berço? E os jovens prodígios? Nada se consegue justificar com a unicidade da existência. Ao contrário, tudo se explica, se torna claro com a doutrina das vidas sucessivas. A lei de justiça revela-se nas menores particularidades. Cada um leva para a outra vida e traz, ao renascer a semente do passado.
“Conhecereis a verdade e ela vos libertará” – “Amai-vos e instruí-vos” – “Deus lhes impõe a reencarnação com o fim de fazê-los chegar á perfeição”.

(texto de ZILDA SANTIAGO MACIEL)

Catolicismo

Catolicismo Vertente do Cristianismo mais disseminada no mundo, o Catolicismo é a religião que tem maior número de adeptos no Brasil. Baseia-se na crença de que Jesus foi o Messias, enviado à Terra para redimir a Humanidade e restabelecer nosso laço de união com Deus (daí o Novo Testamento, ou Nova Aliança).
Um dos mais importantes preceitos católicos é o conceito de Trindade, ou seja, do Deus Pai, do Deus Filho (Jesus Cristo) e do Espírito Santo. Estes três seres seriam ao mesmo tempo Um e Três.
Na verdade, existem os chamados Mistérios Principais da Fé, os quais constituem os dois mais importantes pilares do Catolicismo. Eles são:
· A Unidade e a Trindade de Deus.· A Encarnação, a Paixão e a Morte de Jesus.
O termo "católico" significa universal, e a primeira vez em que foi usado para qualificar a Igreja foi no ano 105 d.C., numa carta de Santo Inácio, então bispo de Antioquia.
No século 2 da Era Cristã, o termo voltou a ser usado em inúmeros documentos, traduzindo a idéia de que a fé cristã já se achava disseminada por todo o planeta. No século 4 d.C., Santo Agostinho usou a designação "católica" para diferenciar a doutrina "verdadeira" das outras seitas de fundamentação cristã que começavam a surgir.
Mas foi somente no século 16, mais precisamente após o Concílio de Trento (1571), que a expressão "Igreja Católica" passou a designar exclusivamente a Igreja que tem seu centro no Vaticano. Cabe esclarecer que o Concílio de Trento aconteceu como reação à Reforma Protestante, incitada pelo sacerdote alemão Martin Lutero.
Em linhas gerais, podemos afirmar que o Catolicismo é uma doutrina intrinsecamente ligada ao Judaísmo.
Seu livro sagrado é a Bíblia, dividida em Velho e Novo Testamento. Do Velho Testamento, que corresponde ao período anterior ao nascimento de Jesus, o Catolicismo aproveita não somente o Pentateuco (livros atribuídos a Moisés), mas também agrega os chamados livros "deuterocanônicos": Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, Macabeus e alguns capítulos de Daniel e Ester. Esses livros não são reconhecidos pelas religiões protestantes.
O Catolicismo ensina que o fiel deve obedecer aos Sete Sacramentos, que são:
Batismo: O indivíduo é aceito como membro da Igreja, e portanto, da família de Deus.
Crisma: Confirmação do Batismo.
Eucaristia (ou comunhão): Ocasião em que o fiel recebe a hóstia consagrada, símbolo do corpo de Cristo.
Arrependimento ou Confissão: Ato em que o fiel confessa e reconhece seus pecados, obtendo o perdão divino mediante a devida penitência.
Ordens Sacras: Consagração do fiel como sacerdote, se ele assim o desejar, e após ter recebido a preparação adequada.
Matrimônio: Casamento.
Extrema-unção: Sacramento ministrado aos enfermos e pessoas em estado terminal, com o intuito de redimi-las dos seus pecados e facilitar o ingresso de suas almas no Paraíso.
O Culto a Maria e aos santos
Além do culto a Jesus, o Catolicismo enfatiza o culto à Virgem Maria (mãe de Jesus Cristo) e a diversos santos. Este, aliás, foi um dos pontos de divergência mais sérios entre a Igreja Católica e outras correntes cristãs. Para os evangélicos, por exemplo, a crença no poder da Virgem e dos santos enquanto intermediadores entre Deus e os homens constitui uma verdadeira heresia. No entanto, os teólogos católicos diferenciam muito bem a adoração e a veneração: eles explicam que, na liturgia católica, somente Deus é adorado, na pessoa de Jesus, seu filho unigênito. O respeito prestado à Virgem Maria e aos santos (estes últimos, pessoas que em vida tiveram uma conduta cristã impecável e exemplar) não constitui um rito de adoração.
Vale ressaltar que o processo de canonização - que consagra uma pessoa como "santa" - é minucioso, estende-se ao longo de vários anos e baseia-se numa série de relatos, pesquisas e provas testemunhais.
Céu e o Inferno
A recompensa máxima esperada pelo fiel católico é a salvação de sua alma, que após a morte adentrará o Paraíso e lá gozará de descanso eterno, junto de Deus Pai, dos santos e de Jesus Cristo.
No caso de um cristão morrer com algumas "contas em aberto" com o plano celestial, ele terá de fazer acertos - que talvez incluam uma passagem pelo Purgatório, espécie de reino intermediário onde a alma será submetida a uma série de suplícios e penitências, a fim de se purificar. A intensidade dos castigos e o período de permanência nesse estágio vai depender do tipo de vida que a pessoa levou na Terra.
Mas o grande castigo mesmo é a condenação da alma à perdição eterna, que acontece no Inferno. É para lá que, de acordo com os preceitos católicos, são conduzidos os pecadores renitentes. Um suplício e tanto, que jamais se acaba e inclui o convívio com Satanás, o senhor das trevas e personificação de todo o Mal.
Mas quais são, afinal, os pecados?Pecar é não obedecer aos 10 Mandamentos de Moisés, incorrer num dos Sete Pecados Capitais, desrespeitar os 5 Mandamentos da Igreja ou ignorar os Mandamentos da Caridade.
Os 10 Mandamentos da Lei de Deus são:
1. Amar a Deus sobre todas as coisas.2. Não tomar Seu santo nome em vão.3. Guardar domingos e festas.4. Honrar pai e mãe.5. Não matar.6. Não pecar contra a castidade.7. Não furtar.8. Não levantar falso testemunho.9. Não desejar a mulher do próximo.10. Não cobiçar as coisas alheias.
Os Sete Pecados Capitais são:
1. Gula2. Vaidade3. Luxúria4. Avareza5. Preguiça6. Cobiça7. Ira
Os Mandamentos da Igreja são:
1. Participar da Missa nos domingos e festas de guarda.2. Confessar-se ao menos uma vez ao ano.3. Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição.4. Santificar as festas de preceito.5. Jejuar e abster-se de carne conforme manda a Santa Madre Igreja.
E os Mandamentos da Caridade são:
1. Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua mente.2. Amarás a teu próximo como a ti mesmo

As diferenças entre a Umbanda e o Candomblé

Esses são alguns tópicos que relacionei sobre as diferenças entre a Umbanda e o Candomblé, e com isso você poderá aprender um pouco mais sobre a religião.
Alguns grupos de Umbanda assimilam mais elementos do espiritismo, dando origem à umbanda de mesa, que nesse tipo de ritual os adeptos costumam chamar de "Mesa Branca". Porém a maior predominância é dos rituais que parecem semelhantes aos do Candomblé. Essa predominância varia de terreiro para terreiro, dependendo da doutrina de cada pai ou mãe de santo, se essa predominância for muito grande, chamamos de "Umbandomblé".
Apesar de alguns rituais e entidades serem as mesmas do Candomblé, existem ainda algumas particularidades que diferenciam a Umbanda do Candomblé, por exemplo os orixás no Candomblé não se comunicam diretamente com a assistência. Para que a assistência possa saber alguma coisa para melhorar sua vida, ela precisa falar com o Babalorixá que consultará os Búzios, só assim os orixás poderão orientar a pessoa sobre seus problemas.
Na Umbanda, a assistência pode consultar as entidades diretamente, sem precisar do jogo de Búzios, uma vez que as entidades podem utilizar o corpo do médium para se comunicar. Essa consulta só pode acontecer nos dias de gira de trabalhos, essa gira é especialmente para isso. Existem outras giras, como por exemplo a Gira de Desenvolvimento, onde os médiuns novatos praticam e se aperfeiçoam na comunicação com o orixá e entidades.
Há ainda para se dizer que na Umbanda os orixás maiores ou santos (Iemanjá, Oxóssi, Xangô, Ogum, Oxum, Iansã, etc) não falam, quando eles "baixam" no terreiro, só sua presença já é uma benção, os santos não tem a falange (linguajar) para que as pessoas possam entender, eles já transcenderam da Terra há muitos anos e adquiriram muita luz, portanto, aqui na Terra, o máximo que fazem são emitir sons (ou mantras) como por exemplo o canto de Iemanjá, que para uns pode ser um canto e para outros um choro.
As consultas ficam por conta das entidades de cada linha como por exemplo: os baianos, preto-velhos, boiadeiros, marinheiros, crianças, etc, que por estarem mais próximos de nossa realidade (pois desencarnaram a apenas algumas décadas - como no caso dos pretos-velhos), podem nos ajudar por conhecerem bem mais de perto os problemas terrenos.
Outra característica marcante é o congar de um terreiro de Umbanda que tem, lado a lado, imagens de santos católicos (estes representando os orixás) e imagens das entidades (marinheiros, caboclos ameríndios, pretos-velhos, crianças, etc) e também podem ter outras imagens como de Santa Luzia, Santo Agostinho, Santo Expedito, etc. Em terreiros de candomblé cada orixá tem seu lugar, como por exemplo um quartinho, onde ficam os objetos do orixá.
Os médiuns também não precisam ficar o dia inteiro no terreiro e nem dedicar todo o seu dia a ele, basta apenas ter a responsabilidade de estar nos dias de gira e cumprir sua missão com amor e caridade no coração.
Os médiuns não incorporam cada um um orixá, os médiuns seguem a linha que os tabaqueiros e o Ogan (sabendo-se que ele só irá puxar um ponto quando o Pai ou Mãe de Santo autorizar) puxam, por exemplo, se estiverem cantando um ponto sobre Oxóssi, os médiuns e a assistência já sabem que quem vem para trabalhar são os caboclos.
Outra diferença básica é como os médiuns se preparam para incorporar, ao contrário do Candomblé que dançam num círculo em movimento, rodopiando seus corpos ao som dos atabaques e outros instrumentos, na Umbanda o médium fica parado, acompanhando por palmas os pontos cantados e esperando o momento exato para a incorporação dos orixás ou das entidades.
Para os médiuns novatos, a Mãe ou Pai de Santo "puxam" a linha dos orixás fazendo o sinal da cruz em sua testa e trazendo os orixás para que médium que ainda não tem experiência suficiente para incorporar o orixá sozinho, possa trabalhar (porém nesse estágio ainda não podem dar consultas nem passes).
A música também é bem diferente, uma vez que no Candomblé vai depender de que nação é, já na Umbanda os cânticos são todos cantados em português.
As roupas são brancas em geral e o uso das cores fica reservado para os Pais e Mães de Santo e em dias de festa e homenagem no terreiro.
As roupas pretas e vermelhas são usadas em dia de Gira de Exu, e também reservado apenas ao direito do médium de incorporação e Pais e Mães de Santo, os outros médiuns (novatos, ogans, cambones, etc) devem usar roupas brancas somente ou com uma fita vermelha presa a sua cintura.
A assistência deve sempre ir a um terreiro de roupas claras, deixando-a escura para as giras de exus, ainda assim muitos terreiros orientam aos freqüentadores a usar a roupa branca; na Umbanda, o branco significa proximidade com a clareza, paz de espirito e abertura de seu corpo para as coisas boas (uma vez que o preto significa luto - corpo fechado) se a pessoa quer receber uma graça, ela deve estar receptiva para que isso aconteça. Cada orixá vibra em uma cor, por exemplo, Oxossi vibra na cor verde assim como Iansã na cor amarela, mas indiscutivelmente o branco (Oxalá) é aceito por qualquer linha.
Linhas e Falanges -- No candomblé os orixás formam um sistema, estando ligados por laços de casamento e descendência; por exemplo: Nanã é a ancestral feminina, a avó, enquanto Ogum é filho de Oxalá com Iemanjá e assim por diante. Assim no candomble cada orixá tem sua história, suas paixões, lutas e apresentam preferências alimentares de cada um, cores, roupas, adereços, etc.
Os espíritos dos antepassados bantos e as entidades ameríndias - os caboclos - não apresentam esse tipo de organização: estão distribuídos em aldeias, reinos, tribos e, em vez de formarem um sistema, justapõem-se entre si. Com a influência do kardecismo, a Umbanda usa para sua organização o que chamamos de LINHAS e FALANGES - princípios de organizações e classificação dos espíritos. Linhas e Falanges constituem divisões que agrupam as entidades de acordo com as afinidades intelectuais e morais, origem étnica e, principalmente, segundo o estágio de evolução espiritual em que se encontram, no astral.
De acordo com os mais variados critérios e sem limite de número, o que na prática se traduz em uma multiplicidade de esquemas, a partir das sete linhas tradicionais da Umbanda, por sua vez subdivididas em sete falanges ou legiões.
Linha de Oxalá
Linha de Iemanjá ou Linha das Águas
Linha de Oxóssi
Linha de Xangô
Linha do Oriente / Linha de Cosme e Damião*
Linha Africana ou das Almas
Linha de Ogum

Os Orixás e as Entidades na Umbanda


Aqui estão relacionados os orixás mais cultuados na Umbanda. Variando de terreiro pra terreiro podem aparecer outros cultos como por exemplo para Obá e Ossãem. Além desses, há a incorporação de outras entidades como : crianças, pretos-velhos, baianos, boiadeiros e marinheiros. Existem ainda outros terreiros em que podem aparecer a linha das almas onde as pessoas incorporam pessoas da família que trabalharam no espiritismo e também outros santos como Joana D'Arc, porém esse tipo de trabalho é muito raro.
OXALÁ
Oxalá a autoridade Suprema na Umbanda. Oxalá na Umbanda é Jesus Cristo. Ele é quem dá as ordens aos orixás para virem até a Terra ajudar seus filhos. Sua imagem é qualquer representanção de Jesus Cristo, normalmente sem a Cruz. Não há incorporação de Oxalá na Umbanda. Cor : Branca
OGUM
Ogum na Umbanda é São Jorge, ou como os umbandistas chamam São Jorge Guerreiro. Ogum é o orixá que vence demanda, que protege seus filhos e guarda sua casa. Ogum é um orixá que vira na esquerda, pois é chefe de Exu, essa característica pode ser percebida uma vez que seu nome aparece também em pontos cantados de Exu. Sua imagem é de São Jorge sobre o cavalo, mas também pode ser uma imagem de um Ogum especificamente (dependendo do terreiro).
Ogum tem em sua falange, outros Oguns que vem em seu nome, alguns deles se apresentam como : Ogum Megê, Ogum de Lei, Ogum Rompe Mato, Ogum Iara, Ogum Sete Ondas, Ogum Beira Mar, entre outros.
A incorporação de Ogum é fácil de se perceber : Seus filhos tomam uma forma militar com os ombros retos, peito estufado, andar ereto e com a mão ou dedo esticado acima da cabeça. Cor : Vermelho e branco
XANGÔ
Orixá da Justiça, Xangô na Umbanda é São Jerônimo. Diz a lenda no Candomblé que Xangô teve três esposas : Iansã, Oxum e Obá. Xangô tem como lugar as pedreiras. Sua imagem é representanda por um ancião sentado sobre as pedras, segurando a tábua dos 10 Mandamentos e com um leão ao lado. Xangô tem sua falange também, o mais conhecido é Xangô Kaô. Cor : Marrom
IEMANJÁ
Rainhas do Mar, é um do orixás mais conhecidos do Brasil. Senhora das águas, não há filho que não faça sua reverência ao por seus pés no mar. Iemanjá é Nossa Senhora da Imaculada Conceição na Umbanda. Iemanjá é conhecida nos terreiros pelo seu canto longo (outros dizem que é uma espécie de choro), suas mãos fazem movimentos para frente e para cima como se fossem ondas do mar. Iemanjá não tem uma falange especifica, porém em sua linha há as sereias e princesas do mar, conhecida por Janaína. Sua imagem é representada por uma mulher de cabelos compridos e negros, com um vestido azul comprido de mangas largas sobre as águas e com flores a sua volta, de suas mãos saem gotas de águas que mais se parecem com moedas (a riqueza do mar), na cabeça uma coroa que pode ter uma estrela no centro. Cor : Azul ou Azul e Branco
IANSÃ
Iansã é a rainha dos ventos e tempestades, na Umbanda também é reverenciada por Santa Bárbara ou como os umbadistas chamam A Virgem da Coroa. Iansã é a santa de expressão séria e de porte de guerreira, batalhadora e lutadora. Iansã na umbanda incorpora com expressão altiva e com o braço direito estendido para cima e com a mão direita a balançar, como se estivesse chamando os raios. Iansã pode aparecer na corrente tanto na sua própria linha como na linha de Iemanjá - adentrando assim na linha das águas. A imagem de Iansã no terreiro é a imagem de Santa Bárbara, ou seja, uma moça de cabelos claros com uma túnica vermelha por cima de um vestido amarelo, pode estar segurando um ramo ou uma espada. Cor : amarelo-ouro
OXUM
Oxum a Senhora das águas doces, dos rios e cachoeiras. Na Umbanda ela é saudada como Nossa Senhora Aparecida. No terreiro Oxum com sua expressão serena aparece com os braços esticados na altura da cintura, fazendo o movimento circulares e para frente. Normalmente vem na linha das águas, logo após a incorporação de Iemanjá (isso pode variar de terreiro pra terreiro). Cor : roxo ou azul escuro.
Linha de Cosme, Damião e Doun ou Linha das Crianças
Os filhos de Ogum são a presença mais alegre da Umbanda. A presença das crianças na Umbanda traz renovações e esperança, reforçando a natureza pura e ingênua dos seres humanos. É a linha que mais cativa as pessoas, pelo ar inocente que traz na face do médium. Aliás essa linha é fácil de perceber a incorporação pois o semblante da pessoa fica suave, sua voz mais fina e sempre com aquele ar de criança. Por sua natureza e pelos padrinhos da linha A linha de Cosme e Damião também traz a cura para os males do corpo e do espírito, além de darem proteção e benção extra as crianças. Podem aparecer no decorer do ano, mas o seu dia de comemoração acaba virando uma grande festa de aniversário, onde tem bolo, bexigas, doces e refrigerante, não faltando é claro o "Parabéns à você".
Linha dos Pretos-Velhos
A linha mais experiente da Umbanda e sem dúvida a mais respeitada das entidades, pelo seu sofrimento e pela sua sabedoria e humildade. É isso tudo que passa a linha dos pretos-velhos, o que um preto velho fala ninguém discute. Como diz seu próprio ponto cantado "Filhos de Umbanda não tem querer" é assim que eles vem : trazendo saúde e esperança, ajudando seus filhos e cobrando deles a humildade e bondade no espírito. Se existe algo que os pretos-velhos não admitem é a soberbia em seus filhos de fé. Sua homenagem fica para o dia 13 de Maio, dia da libertação dos escravos. Nesse dia os filhos de umbanda servem a eles uma mesa repleta de legumes, verduras cozidas, feijão de corda e feijoada e frutas docinhas, uma vez que serviram tanto a nós em outras épocas.

A Organização de um Terreiro de Umbanda


Na parte espiritual as principais autoridades umbandistas são os pais-de-santo ou mães-de-santo ou madrinhas, que incorporam as entidades, zelam pela manutenção da doutrina e presidem as sessões realizadas no terreiro (o templo). Abaixo deles estão os pais e mães pequenos, filhos ou filhas-de-santo, que também são médiuns. Há ainda os auxiliares de culto, que ajudam a organizar o terreiro e assessoram os pais-de-santo e médiuns de incorporação durante as sessões. Os auxiliares mais conhecidos são :
Cambones : São os médiuns que cuidam do orixá, servindo suas bebidas, comidas, o cigarro ou charuto, suas vestes, escrevendo para ele, enfim auxiliando em todo o trabalho. O cambone é, sem dúvida alguma, o médium mais difícil de doutrinar (aprender), por que ele deve conhecer como é cada orixá , saber o que cada orixá como, o que bebe, saber servir enfim é uma arte.
Ogan : Os ogans são os responsáveis pela "puxada" dos pontos do terreiro. Eles devem ser detentores da sabedoria e reconhecer qual ponto deve ser puxado para qual entidade. Para os ogans a parte que deve ser mais difícil é não saber o que mas sim o quando. Um ogan deve no mínimo conhecer 7 pontos de cada entidade e de cada momento (pontos de abertura, saudações, pontos de bater cabeça, etc).
Tabaqueiros : Os tabaqueiros são os responsáveis pela curimba, ou seja, pelo toque das atabaques. Um toque diferente pode comprometer qualquer trabalho e ainda ser responsável pelo cruzamento da linha com o candomblé. É muito importante o entrosamento com o Ogan, uma vez que dependem dele para saber o ponto que será puxado e assim poder dar o toque. Os tabaqueiros também devem saber quando, como e porque de cada toque, repique, etc.

Mediunidade e Iniciação na visão da Umbanda

Todos nós somos espíritos encarnados e, consequentemente, se perecíveis no corpo físico, imortais em nossa essência que segue sua via evolutiva conforme as Leis Cármicas. Entretanto, ainda estamos muito distantes dos princípios da espiritualidade superior, sendo prova disto a limitação que temos para perceber o Mundo Astral e também a nós mesmos em nossas várias encarnações, sem falar da situação das relações de troca injustas entre humanos e das infames guerras fratricidas.
A Umbanda ensina que sem Caridade não há Salvação e que não se deve esperar a Iluminação sem se desvencilhar do Egoísmo, da Vaidade e do Orgulho. O caminho preconizado é o da Simplicidade, da Humildade e da Pureza. Uma via longa e penosa quando se pretende sair da Ilusão e, realmente, partir para a conquista destes altos valores do espírito, capazes de nos libertar do obscurecimento consciencial a que estamos submetidos.
Tão difícil é esta via que seria praticamente impossível atingir estes objetivos sem o concurso dos Mestres da Simplicidade, da Humildade e da Pureza, transfigurados nas entidades que baixam nos terreiros de Umbanda. Pela nossa condição moral, não haveria como estes Mestres chegarem até nós, a não ser pela mediunidade.
Assim, médiuns são aqueles espíritos que receberam, antes da presente encarnação, determinados ajustes em seu Organismo Astral e nas suas concepções morais, que possibilitem ceder sua constituição física à comunicação mediúnica, trabalhando em prol da Caridade e da evolução, própria e dos seus semelhantes. Este é um compromisso firmado entre este Ser e os Espíritos da Confraria Cósmica de Umbanda antes do nascimento e que deve florescer de maneira natural ao longo da encarnação do indivíduo.
Atualmente, raros são os médiuns com atividades positivas e ligados a Espíritos com ordens e direitos do Astral Superior. Também o grau de atividade da faculdade mediúnica varia entre os médiuns, de acordo com seu grau consciencial e com a sua experiência ao longo das encarnações exercendo esta faculdade.
Deixo claro que não é necessário ser médium para ser umbandista e a mediunidade não é uma dádiva estendida a "eleitos" ao reino dos Céus. Na verdade, os médiuns são espíritos de alguma forma comprometidos carmicamente com a evolução planetária, na maioria devedores antigos que, em maior ou menor grau, são cientes de seus débitos e trabalham para quitá-los perante a Lei.
Alguns destes médiuns são espíritos velhos no Planeta, que embora possam ter-se desviado, em algum momento, da via justa da evolução, carregam consigo considerável experiência e conhecimento, tanto das coisas do espírito como das forças da Natureza e, principalmente, da psicologia humana. Estes são chamados Iniciados, cada um dentro de seu grau, da Corrente Astral de Umbanda.
A Iniciação é um processo contínuo, que se desenvolve no decorrer de várias e várias encarnações dedicadas a este aprendizado, também não acaba nunca pois é infinita a evolução espiritual e cada minúscula porção de conhecimento trazido por um iniciado deve ser fruto da sua própria vivência orientada por mestres. Sim, cada fio de cabelo da cabeça de um Iniciado é contado...
A Iniciação de Umbanda não é vetada a ninguém, todavia pouquíssimos carregam este selo conferido pelas Hostes do Bem, como um legado cármico. Muitos ainda surgirão, e cada vez de maior porte. Àqueles que iniciam agora a jornada, lembro que muitas vidas os aguardam e cada pequeno degrau é alçado às custas de um esforço indescritível, mas não impossível.
Afirmo que não há, na Umbanda, um Sumo-pontífice, embora respeitemos as religiões que têm tal cargo. Nossos pontífices (pontifex-aquele que constroi a ponte até o Divino) são as Entidades que baixam nos terreiros e nos conduzem à nossa essência em nome de Oxalá.
Sei, igualmente, que as Federações e similares, têm um papel predominante de coligações entre humanos encarnados, sem uma maior representatividade espiritual. No entanto, existe uma tendência de que no decorrer do tempo (talvez décadas ou séculos) comece a haver uma profunda união entre os vários templos de Umbanda, fruto do compartilhamento dos mesmos princípios e diretrizes, adaptados às coletividades de cada terreiro.
No futuro, todos os que dirigem terreiros serão verdadeiros Sacerdotes Iniciados de Umbanda e poderão promover um atendimento aos seus consulentes em uma profundidade compatível com seu grau iniciático, podendo o consulente ser encaminhado a outros templos irmanados de acordo com suas necessidades. Enfim, a Umbanda vem mostrando que os laços eternos são os do Espírito...

Aspectos Básicos da Doutrina de Umbanda


Uma visão geral dos vários tipos de ritual, encontráveis nos terreiros de Umbanda, não mostra prontamente a Doutrina de Umbanda. Isto se deve à presença do sincretismo que mascara a verdadeira Doutrina, de forma a se adaptar às necessidades da população que freqüenta os templos afins. Os princípios que servem de base para todo o Movimento Umbandista são sensíveis, especialmente, nos Templos Iniciáticos e nos rituais internos de alguns terreiros, onde se percebe um interesse maior na busca da evolução espiritual, sem os véus da ilusão ditados pelo mito.
Partindo desta observação, podemos obter duas informações preciosas: A primeira é que, se fôssemos tentar compor uma Doutrina consistente, a partir das manifestações sincréticas, seria impossível atingir um quadro coerente, e mesmo que fosse possível, o mesmo ainda estaria absolutamente distante dos ensinamentos transmitidos pela "corrente iniciática". A segunda informação importante é a de que, excluindo-se as manifestações do sincretismo nos diversos terreiros de Umbanda, é possível isolar determinados pontos de semelhança e conceitos compartilhados, que apontam para um sistema lógico, inicialmente insuspeitado, que encontra-se velado pelo caos aparente.
Dentre as semelhanças existentes entre os diversos terreiros ressalta-se a presença de Seres Espirituais da Corrente Astral de Umbanda que se manifestam pela incorporação nas formas de "Caboclos", "Pretos-velhos" e "Crianças". Este pode-se considerar o ponto básico que serve até como qualificador da doutrina professada por determinado núcleo espiritualista. A homogeneidade no encontro deste fator que eclodiu em coletividades distintas e fez surgir o Movimento Umbandista, leva à conclusão que a Doutrina de Umbanda é fruto da revelação destas entidades através de seus médiuns e não o resultado de uma miscigenação de cultos afro-ameríndios.
A partir desta pedra angular, constrói-se toda a Doutrina de Umbanda, fundada no Tríplice Caminho constituído pela Doutrina Mântrica, pela Doutrina Yântrica e pela Doutrina Tântrica que velam o mistério da Cosmogênese. Todos os processos relacionados à evolução dos Seres Espirituais no Reino Natural são observados à luz destes princípios ternários e através da lei das analogias, aplicados desde o nível microssomático até o macrocósmico.
As entidades que se apresentam na Umbanda vêm personificar a Simplicidade, a Pureza e a Sabedoria, em nome de Oxalá - o Cristo Jesus - o Tutor Máximo do Planeta Terra. Através de seus conselhos, exemplos e mesmo da movimentação das forças naturais, conseguem acender a chama da Fé no coração dos consulentes que procuram os templos de Umbanda. A partir da Fé e da Razão incutem, gradualmente, na coletividade planetária, a compreensão dos mecanismos da reencarnação, das Leis Cármicas, das atrações por afinidade e sintonia e ensinam-nos os meios para caminhar seguramente em direção da nossa própria essência espiritual.
Estas Entidades de grande evolução, na verdade, são nossos Ancestrais Primevos, os primeiros seres a encarnar no Planeta Terra e que eram senhores do Conhecimento Integral já na época de suas encarnações, anteriores aos Atlantes. Toda a Sabedoria Planetária revelou-se como Aumbandan e deu origem, posteriormente a todas as filosofias, ciências, artes e religiões que conhecemos atualmente. É por este motivo que encontramos na Doutrina de Umbanda vários conceitos que ainda foram conservados por alguns setores filo-religiosos.
Na verdade, o surgimento das religiões e todo conhecimento fragmentário da atualidade deveu-se à deturpação e uso inadequado do Conhecimento-Uno existente na época do Tronco Tupy. Por consequência, o homem perdeu a chave deste mistério e da capacidade de compreender, de forma sintética, a vida em suas causas e efeitos.
Na expectativa de reconstruir este conhecimento perdido e de receber os influxos destas portentosas Entidades é que apareceram os Cultos aos Ancestrais Primevos, apregoados pelos grandes patriarcas e iniciados , cujos resquícios se fazem presentes, ainda hoje, em algumas tradições, especialmente as orientais.
Por misericórdia divina, os integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais vêm trazer as sementes dos novos tempos, manifestando-se através da mediunidade, auxiliando-nos na jornada evolutiva, para que novamente o Aumbandan se faça presente na coletividade terrena.

História do Movimento Umbandista no Brasil

O Movimento Umbandista é um movimento filo-religioso surgido no final do século XIX , no Brasil, quando entidades espirituais, integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais, passaram a manifestar-se, pela mediunidade, em rituais de cultos praticados por Africanos e Indígenas, miscigenados com elementos do catolicismo introduzidos pela Raça Branca.
Na verdade, a eclosão do Movimento Umbandista foi decorrência das necessidades cármicas que fizeram reunir, no solo brasileiro, representantes das raças branca, amarela, negra e remanescentes da vermelha. Assim, o Brasil possibilitou o encontro de coletividades que alimentavam rivalidades entre si e, de alguma forma, mantinham em seus sistemas religiosos, fragmentos do Conhecimento Verdadeiro usurpado pela humanidade em sua odisséia terrena.
O Brasil, conhecido pelos índios pré-cabralinos como BARA - TZIL ( Terra da Cruz ou Terra da Luz) , deveria ser o local do surgimento do Movimento Umbandista porquê, originalmente, havia recebido a revelação do Aumbandan na época dos Lêmures, no apogeu da Raça Vermelha, no Tronco Tupy. Foi aqui também que a Tradição foi deturpada em sua essência, consubstanciando-se na Cisão do Tronco Tupy nos grupos Tupy-Nambá e Tupy-Guarany que defendiam, respectivamente, o Princípio Espiritual e o Princípio Natural. Embora os Tupys tenham, algum tempo depois, voltado ao seu caminho evolutivo original, os resultados de sua Cisão ainda se fazem sentir até hoje, persistindo na mentalidade humana o dilema entre o Espírito e a Matéria.
Aqueles seres do Tronco Tupy não mais encarnam no Planeta e mesmo poderiam partir para outros locais mais evoluidos do Universo, entretanto, optaram por trabalhar em prol da Humanidade, auxiliando-a a encontrar sua via justa de evolução, restabelecendo a Tradição-Una, o Aumbandan.
Para servir a este propósito, o Governo Oculto do Planeta, no momento adequado, lançou as sementes do Movimento Umbandista, visando inicialmente o Brasil, para futuramente revelar os aspectos cósmicos da Doutrina para todos os povos. E assim, por dentro dos cultos degenerados de várias raças existentes no Brasil, passaram então a manifestar-se pela incorporação, os Espíritos Ancestrais da Humanidade que se apresentavam, inicialmente, na forma de Indios e, depois, também na forma de Pretos-Velhos e Crianças. Apresentavam-se desta forma para atingir mais facilmente a coletividade brasileira, que se identificava, sincreticamente, com estes arquétipos da Simplicidade, da Humildade e da Pureza.
O aparecimento destas entidades veio a configurar as bases do Movimento Umbandista, que recebeu uma primeira organização ritualística a partir de 1908, com o médium Zélio Fernandino de Moraes, tomando o nome inicial de Alabanda e, depois, de Umbanda. Quase 50 anos transcorreram até que, em 1956, o famoso Médium W.W. da Matta e Silva revelou ao público os primeiros aspectos da Doutrina Esotérica de Umbanda marcando a história com o livro Umbanda de Todos Nós.
Atualmente o Movimento Umbandista conta com uma coletividade estimada em 70 milhões de adeptos e simpatizantes, entretanto, números mais precisos sobre esta população são de difícil aquisição devido à própria estrutura do Movimento Umbandista.
Esta estrutura comporta uma infinidade de Terreiros ou Templos com rituais diferentes entre si, consequentes de uma maior ou menor assimilação sincrética de elementos de outras culturas e sistemas filo-religiosos. Este sincretismo visa estabelecer uma ponte de ligação que permita a transição gradual de indivíduos oriundos de outros sistemas para a Umbanda.
Embora o panorama geral propiciado por estas variações ritualísticas possa parecer heterogêneo, esta foi uma estratégia utilizada pelos espíritos da Confraria Cósmica de Umbanda como forma de minimizar as desigualdades sociais e discriminações de qualquer origem. Portanto, o Movimento Umbandista é capaz de receber indivíduos com características e concepções sobre a espiritualidade muito variadas; para cada um deles haverá um Terreiro ou Templo que mais se adapte ao seu nível consciencial.
Como elemento de ligação dos diversos templos, encontra-se a mediunidade através da incorporação de espíritos que se apresentam nas três formas arquetipais de "Caboclos", "Pretos-Velhos" ( mais adequadamente chamados de Pais-Velhos ) e "Crianças". Estas Entidades procuram impulsionar, paulatinamente, as pessoas que procuram os terreiros para patamares superiores de compreensão de si mesmos, do Mundo Material e do Mundo Espiritual. Obviamente, quanto mais sincrético for um terreiro, mais distanciado estará da Essência e mais preso estará à Forma. Mesmo naqueles templos onde predominam a busca da Essência e a verdadeira Iniciação de Umbanda, os rituais abertos ao público apresentam apenas uma ínfima parte da Doutrina, por respeito e caridade aos consulentes, guardando para o interior do Templo os fundamentos que esperam o momento certo para serem revelados.
A partir de 1989, com o lançamento da obra Umbanda - a Proto-síntese Cósmica, que mostrou ângulos inéditos da Umbanda, foi inaugurada uma nova fase do Movimento Umbandista, revelando-se o caráter cósmico desta doutrina. Os rituais dos diversos templos vêm-se modificando, mais adequados à tendência da globalização, que certamente consolidará um Mundo sem fronteiras para os habitantes do Planeta Terra, estabelecendo seus laços de ligação não apenas pelo comércio de bens materiais, mas principalmente pela comunhão de valores espirituais.

Os Orixás de Cada Signo


No céu, junto aos astros, brilha a luz dos orixás, os fascinantes deuses africanos. E, à semelhança dos planetas, eles governam um ou mais signos.
Eles vieram para cá, há mais de duzentos anos, encarnados no corpo e na fé dos escravos africanos. No princípio, eram cultuados secretamente por meio de cantos e danças, uma forma de os escravos escaparem da ira dos senhores de senzalas, que não admitiam outras divindades a não ser os santos católicos.
Hoje, independente da raça, cor e credo, os orixás, esses fascinantes deuses negros, são reverenciados por todo o país nos terreiros de Umbanda e Candomblé. E há quem os associe aos arcanos do Tarô, aos enigmáticos hexagramas do I Ching e à Astrologia. Neste último caso, à semelhança dos astros que brilham no céu do Zodíaco, os orixás governam um ou mais signos. Isso significa que todos nós temos um orixá que nos guia e nos imprime suas características.
Na verdade, segundo pais e mães-de-santo, são três os tipos de orixás presentes em nossa vida: o de frente ou de cabeça, que corresponde ao signo solar, o ajuntó, que é o nosso ascendente, e o de herança, associado ao signo lunar. Na prática, a identificação precisa do ajuntó e do orixá de herança só é possível mediante nosso mapa astral completo. Mais fácil é conhecer o orixá de frente. Antes, porém, é bom atentar para um detalhe importante: as múltiplas manifestações de um mesmo orixá. Oxalá, por exemplo, que rege Capricórnio, ora aparece como um jovem brincalhão e sensual (Oxaguiã), ora como um ancião sereno e generoso (Oxalufã). Isso – e mais a influência do ajuntó e do orixá de herança – explica o jeito diferente de ser de pessoas do mesmo signo.
Apesar de existirem mais de cem orixás, para efeito de associação com os signos, somente dezesseis deles ganham uma importância fundamental porque apresentam características semelhandes às dos planetas e estrelas do céu astral e também por causa de sua ligação com os quatro elementos básicos da natureza.
FOGO
Ogum, Iansã e Xangô.

AR
Oxumaré, Logum Edé e Exú

ÁGUA
Oxum, Obá, Nanã e Iemanjá.

TERRA
Oxóssi, Ossâim, Euá, Oxalá, Iroko e Omulu ou Obaluaê.


O PASSEIO DOS DEUSES PELO ZODÍACO

OXUM
Rege TOURO e LIBRA. É orixá da fertilidade e da riqueza, símbolo também da sexualidade e por isso mesmo está associado ao signo de Touro. É ainda vaidoso, diplomata, tem muita ambição social, o que o aproxima das características impressas pelo signo de Libra. Corresponde a Vênus. É associada a diversas Nossas Senhoras.

OBALUAÊ
Rege Escorpião e Capricórnio – É o orixá das mortes e das doenças. Insondável, tem grande forma mental e é vingativo, peculiaridades de Escorpião. Por vezes, porém, é austero e melancólico. Tem problemas de pele e de ossos – coisas típicas dos capricornianos. Corresponde a Saturno. É associado a São Lázaro.

OSSÂIM
Rege Virgem e Gêmeos – É o orixá das ervas medicinais e está intimamente ligado à natureza. É crítico, meticuloso, sensível, o que o aproxima do signo de Virgem. Mas é também mutável, inquieto, irônico e superinventivo – qualidades de Gêmeos. Corresponde a Mercúrio. Está associado a São Benedito.

XANGÔ
Rege Leão e Sagitário – Autoritário, dominador, é um líder nato, um guerreiro difícil de ser derrotado, características dos nativos de Leão. Simboliza ainda a lei e a justiça. É sociável e aproveita o melhor da vida, o que o associa ao signo de Sagitário. Corresponde a Júpiter. É associado a São Jerônimo.

IEMANJÁ e NANÃ
egem Câncer. São os orixás maternos. Protegem, dominam e amam seus filhos a toda prova. Iemanjá é fértil, sensual e muito preguiçosa. Nanã é a avó, que gosta de ser adulada, é cheia de dengo e de mágoas. Um perfeito retrato de Câncer. Correspondem à Lua. Nanã é associada a Sant’Ana; Iemanjá é associada a diversas Nossas Senhoras.

OXÓSSI
Rege Virgem, Capricórnio e Aquário – É o protetor das matas. Tem o espírito matemático e o humor instável de um virginiano. Mas é também bastante sério e responsável – coisas dos capricornianos. E apresenta ainda todo o exotismo e a originalidade de Aquário. Corresponde a Saturno e Mercúrio. É associado a São Jorge e a São Sebastião.

OGUM
Rege Áries. É o orixá da guerra, que luta por sua liberdade e independência. Ativo, está sempre procurando alguma coisa para fazer ou alguém para brincar. É um tanto egoísta, instável e emotivo ao extremo – chega a ser briguento. Por tudo isso, está ligado ao signo de Áries. Corresponde a Marte. É associado a São Jorge e a Santo Antonio.

IANSÃ
Rege Leão, Sagitário e Aquário. Senhora dos ventos, é alegre, sociável, mas temperamental, como os leoninos. É aventureira, impulsiva, atrevida, diz o que quer e quando quer, e assim parece-se com Sagitário. Mas tem também o desprendimento de Aquário. Corresponde a Urano e Júpiter. É associada a Santa Bárbara.

OXUMARÉ e LOGUM-EDÉ
Regem Gêmeos. São orixás bissexuais. Oxumaré é o arco-íris e seu temperamento é instável, varia de acordo com as circunstâncias. Logum-Edé é bom negociante, astuto, nem sempre honesto. Essas qualidades os aproximam do Signo de Gêmeos. Correspondem a Mercúrio. Oxumaré é associado a São Bartolomeu e Logum-Edé é associado a São Miguel Arcanjo e a São Expedito.

EXÚ
Rege Gêmeos e Escorpião. É um orixá comunicativo, brincalhão, cheio de truques – facetas encontradas nos nativos de Gêmeos. Mas é violento e associado à energia sexual. Possui algo que fascina e ao mesmo tempo repele, característica dos escorpianos. Corresponde ao planeta Plutão. É associado ao demônio cristão.

OXALÁ
Rege Capricórnio, Peixes e Touro. É o grande pai, o pilar da família e da sociedade. Nisso, assemelha-se a Capricórnio. É um sábio, um curandeiro. É sensível à bebida e a outros vícios, o que o liga a Peixes. Sua analogia com Touro vem de sua sensualidade. Corresponde a Vênus e Saturno. É associado a Jesus Cristo e ao Senhor do Bonfim.

OBÁ
Rege Escorpião e Touro. É o orixá das angústias, do sofrimento e da desilusão amorosa, mas também do espírito de luta, o que lembra Escorpião. Suas outras características o associam ao signo de Touro: é bom companheiro, superleal, e, às vezes, age com ingenuidade. Corresponde a Saturno É associado a Joana D"Arc.

EUÁ
Rege Virgem – É o orixá que representa a faixa branco do arco-íris. É uma deusa guerreira que representa a parte feminina de Oxumaré: é metade mulher e metade cobra. Mantém analogia com a pureza e a castidade. É ainda cismado, um crítico feroz dos outros e de si mesmo, o que o relaciona com o signo de Virgem. Mas é também um guerreiro nato e, por essa razão, corresponde ao planeta Marte. Desconheço associação com Santo Católico.

IROKO
Rege Touro, Aquário e Libra – É o orixá da obstinação e dos desejos materiais – qualidades dos nativos de Touro. Sua relação com Aquário vem de seu individualismo, do seu desinteresse pelos problemas alheios. É ainda associado ao signo de Libre, pela sua versatilidade. Corresponde a Vênus. Desconheço associação com Santo Católico.

COMUNICAÇÃO INTERDIMENSIONAL



- Alderan, estamos entrando no setor do planeta Metalha!


- Sion, todas as equipes a seus postos! Preparem-se para acionar a abertura do portal interdimensional!


- Crodon! Sintonizar portal na décima terceira dimensão física! Eu estava olhando para a tela interdimensional onde, de repente, apareceu a imagem do planeta Metalha. Senti uma profunda saudade dos amigos que ali deixei mas, ao mesmo tempo, estava feliz por poder reencontrá-los. O planeta continuava belo como sempre, em sua cor dourada, tendo à sua volta uma suave aura brilhante. Diante da nave começou a se formar um túnel espiralado e foi iniciada a travessia do portal. Toda a Unidade já estava habituada às passagens dimensionais. Entretanto, esta era especial pois, desde que partimos de Metalha em missão, passaram-se quinhentos anos-Terra. No centro de controle da nave, assisti à conclusão da travessia dimensional através da tela visual. Perguntei a Sion que distância nos separava de Metalha e imediatamente obtive a resposta: estávamos perto da atmosfera e era necessário que eu tomasse algumas providências para o pouso.


Chamei telepaticamente os líderes de equipe, os quais chegaram ao centro de controle em alguns instantes. Eram eles: Miria, Sion, Solron, Calia, Crodon, Poderon, Uria, Rairon e Leon. Recebi os relatórios correspondentes a suas equipes e informei a todos que tais dados seriam analisados para, posteriormente, serem apresentados ao Conselho Planetário que por sua vez, iria avaliar a capacidade de cada componente da Unidade para uma nova missão. Pedi a Solron que acionasse o comunicador através do qual faríamos contato com Metalha.


- Afirmativo, Alderan. Canais abertos. -Planeta Metalha, quem fala é Alderan, do Cruzador Interdimensional Triton. Peço permissão para pouso.


- Cruzador Triton, permissão concedida para pouso na base Talha-1. Comecei a lembrar o quanto foi dura e difícil a missão mas, felizmente, estava prestes a pousar no planeta com o qual criei tantos laços de afinidade. A colossal nave prateada aproximava-se da superfície de Metalha. Contemplei, através do monitor visual, uma deslumbrante paisagem que enchia de alegria os meus olhos cor de prata. Meu desejo era sobrevoar as cidades, os campos enfeitados com lagos de esplendorosa beleza, as montanhas de cristais dourados cujo brilho intenso fazia com que Metalha parecesse um sol. Tal vontade teria que esperar pois, neste caso, se fazia necessária uma nave menor que o Cruzador. Foi iniciada a aproximação com a base, localizada no alto de um imenso plator, às margens de um mar sereno. De repente, o comunicador sinalizou. Era uma transmissão da base, prontamente atendida : -Cruzador Triton, aqui é base Talha-1. Rampa dez liberada para pouso. Solicitei a Crodon que desligasse o campo eletromagnético e acionasse o sistema de pouso.


A gigantesca nave aterrisou com a suavidade de uma pluma. Fiquei muito feliz por estarmos em terra firme. Após tanto tempo no espaço sideral, ansiávamos por desfrutar as belezas de Metalha. Telepaticamente comuniquei à Unidade para que todos se reunissem no pátio de conferência da nave para onde, em seguida, teleportei-me. Assim que cheguei, encontrei parte da unidade e, tão logo constatei a presença de todos, comecei minha explanação: - Após quinhentos anos como defensores das fronteiras dimensionais nos universos mais densos, cada um aqui presente sabe o que enfrentamos no cumprimento desta missão, da qual saímos vitoriosos sem nenhuma baixa. Sinto-me honrado em trabalhar com todos vocês, tamanha a união e os impressionantes resultados obtidos em todas as áreas. Foi como se fizéssemos parte uns dos outros. Um representante do Conselho Planetário, através do comunicador, avisou-nos que o Embaixador de Metalha estava aguardando a Unidade no salão do Conselho. Alertei a todos que iríamos apresentar ao Embaixador os resultados da missão. Após alguns instantes, adentrávamos o salão, cuja forte característica era a belíssima e arrojada arquitetura. O chão dourado como ouro polido refletia em si o brilho reluzente das armaduras espelhadas de prata, traço marcante e inconfudível da Unidade. Entramos pela larga porta em fila única. A estatura média dos integrantes era de, aproximadamente, três metros.


O impacto das botas metálicas dos cento e dez componentes produzia um conjunto de sons estridentes, formando uma orquestra cujo som ecoava pelo amplo salão. As paredes e o teto eram dourados, esculturas geométricas posicionavam-se em locais de destaque. Um pouco abaixo do teto havia diversos sóis. Alguns dourados, outros prateados. Uns pairavam no ar, enquanto outros transitavam. Fomos em direção ao fundo do salão, onde éramos esperados. Lá chegando, ficamos dispostos em dez filas paralelas. Dentre os sóis dourados que estavam flutuando, um desceu ao chão e começou a tomar outra forma.


À medida em que seu brilho intenso se apagava, um corpo humanóide foi aparecendo. Era dourado muito claro, quase branco. Tinha cerca de três metros de altura e o corpo envolvido por uma espessa aura luminosa. A cabeça era um pouco grande em relação ao corpo. Olhos grandes e prateados. Não possuía boca, nariz, orelhas ou cabelo. Aproximei-me dele, dizendo: - Comandante-Embaixador Ashtar, Unidade Prata se apresentando. Naquele exato momento, todos os capacetes das armaduras desmaterializaram-se, colocando à mostra as faces de todos. Ashtar, em passos lentos, percorreu cada fileira, examinando com seu poder mental cada um dos membros da Unidade. Concluída a vistoria, voltou-se para mim, dizendo: - Pelo que pude notar, Alderan, a Unidade Prata está em perfeita forma.


Não houve nenhuma avaria séria. Entreguei os relatórios para que ele analisasse e, assim, a Unidade foi dispensada. Saímos da mesma forma que entramos. Todos estavam ansiosos para reencontrar os amigos ou voltar às instalações anteriores. Contudo, ainda era preciso fazer certas coisas antes de distrair-me. Retornei ao Cruzador com alguns membros da tripulação para que parte do equipamento danificado em missão fosse descarregado. Sion acompanhou-me até o compartimento de carga do Cruzador, onde estavam guardados cinco mil andróides de modelos diversos e funções variadas. Todos estavam desativados.


Olhando atentamente as caixas que os embalavam, disse a Sion: - O que seria de nós se não pudéssemos contar com a ajuda destas máquinas nas batalhas contra os exércitos negativos? Concordando, ele balançou a cabeça e completou: - Infelizmente a maioria está estragada, de tal maneira, que até mesmo os chips de personalidade e memória foram destruídos. Em seguida, alguns andróides de múltiplas funções foram ativados para que fizessem o transporte do equipamento. Foi aberta uma das portas do compartimento de carga e, através dela, começaram a sair os veículos cargueiros de flutuação magnética. Assemelhavam-se, em sua forma, aos ônibus da Terra, embora não possuíssem rodas ou janelas. Seu tamanho era de, aproximadamente, cem metros de comprimento por trinta metros de largura e vinte de altura.


Uma porta na parte traseira servia para carga e descarga. Em cada lateral dianteira havia uma porta, usada para entrada dos passageiros e operadores. Todos os veículos estavam sendo pilotados por andróides. Observando o painel, avistei três telas visuais. Na tela central via-se a divisão de seis quadros, os quais mostravam paisagens de múltiplas direções. Nas duas telas laterais eram apresentados os mapas da geografia planetária e a localização da nave. Partimos em direção ao Centro de Tecnologia Planetária, situado no alto de uma montanha rochosa chamada Zuilis. Avistei a montanha Zuilis através do mapa na tela gráfica. Consultando o cronômetro, percebi que faltavam apenas dois minutos para o pouso. Pensativo, rapidamente procurei imaginar como estaria meu laboratório após tão prolongada ausência. Era muita a saudade que sentia dos meus ex-alunos e dos conclaves com os colegas cientistas. Muitos deles serviram como voluntários em missões fora deste Universo e ainda não haviam regressado. Meus pensamentos foram interrompidos pela voz metálica do piloto andróide, avisando-me que estávamos prestes a pousar.


O comunicador visual foi ligado e, na pequena tela do painel, surgiu a imagem de um rosto conhecido, que há bastante tempo não via. - Quilia, peço permissão para desembarque da frota de cargueiros do Cruzador Triton. Ela respondeu-me: - Seja bem-vindo, Alderan. Portão de desembarque aberto para pouso. Você será recebido por Raman. A imagem desapareceu mas, em mim, a felicidade tornava-se cada vez mais presente, pois chegava o momento de rever pessoas tão queridas e amadas. Após nosso pouso, os veículos da frota foram descendo um a um. Abri a porta da nave e flutuei até o chão.


Percorrendo todo o ambiente com os olhos, reconheci o amigo Raman. Abraçamo-nos, dizendo o quanto era bom o reencontro após tanto tempo. - Como está você, Alderan? - Muito bem, meu amigo. - Fiquei sabendo que sua nave havia chegado da missão. Calculei que este seria um dos primeiros lugares visitados por você. Por isso, fiz questão de fazer a recepção, para colocá-lo a par dos acontecimentos planetários. - Sim, Raman. Também tenho informações das experiências e pesquisas realizadas durante a missão. Andamos até um pequeno veículo de dois lugares, cujos controles foram assumidos por Raman. Em Metalha, este veículo funcionava por flutuação magnética e teleportação. No caminho para o setor de laboratórios, deparamo-nos com uma porta branca. Com nossa aproximação, ela se abriu.


Descemos do pequeno aparelho e entramos em meu laboratório. Lá estavam vinte ex-alunos de um curso que ministrei há quinhentos e cinqüenta anos. Assim que notaram a minha presença, o silêncio tomou conta do ambiente. Um deles veio em minha direção e logo foi seguido pelos demais. Abracei a todos com ternura e carinho. Pelo que pude notar, a pequena equipe tinha uma líder - Drilha - que, após os cumprimentos, dirigiu-se a mim: - Alderan! Quando você partiu em missão, eu era recém-formada em engenharia cibernética e eletrônica espacial. Saí da faculdade com um projeto: desenvolver novos equipamentos que pudessem ser úteis aos defensores dimensionais. Munida de minhas credenciais, procurei o comandante Ashtar e coloquei-o a par do referido projeto que, de imediato, foi aceito. Ashtar deixou a cargo de Raman providenciar as instalações e o material necessário à execução do meu trabalho.


Fui informada por Raman que seu laboratório estava desativado e que você havia saído em missão. Meu pedido para a utilização destas instalações foi aprovado pelo próprio Raman e, assim, o projeto foi iniciado.


Terminado o relato de Drilha, pude expressar-me: - Estou muito satisfeito em saber que o laboratório ficou em suas mãos. Preciso sair com Raman agora, mas depois quero propor algo a você. Silencioso e pensativo, saí em companhia de Raman que, mais adiante, questionou-me: - Você está ciente dos planos da Federação Inter-Galáctica, Alderan? - Sim. Durante a missão, percorremos as bases especiais de várias galáxias. - Também foi informado da grande transição dos universos? - perguntou. - Afirmativo. Este foi o motivo pelo qual retornamos da missão. Conversamos durante um longo tempo e Raman explicou-me que o Conselho de Metalha enviaria a frota de cruzadores do Comando Ashtar para o sistema solar da Terra. Despedi-me de Raman, agradecendo-lhe as informações prestadas.


Olhando o firmamento dourado, pude contemplar a beleza de naves grandes e pequenas que cruzavam o céu, deixando rastros de luz no que parecia um oceano de estrelas faiscantes. Ondas de energias revitalizadoras caíam da atmosfera. Avistei um brilho prateado que, ao se aproximar, pude identificar como a nave que estava aguardando. A nave alcançou o chão com a leveza de um pequeno pássaro. Lembrei-me, com toda nitidez, do tempo e do esforço necessários para que minha equipe de cientistas, em laboratórios, pudesse projetar um modelo de nave que tornou-se uma obra-prima da engenharia geométrica.


Os inúmeros e complexos cálculos não foram em vão, pois sabíamos o quanto este veículo, por sua eficiência, nos era útil. Caminhei até a frente da nave, onde ficava uma das muitas portas, camufladas estrategicamente ao longo dos seus cinqüenta metros de comprimento. A lataria era totalmente blindada, embora algumas partes pudessem ficar transparentes, de acordo com a vontade do piloto. A porta dianteira foi aberta. Nos controles, estava Miria, que alegremente perguntou-me: - Você quer uma carona? Embarquei sem hesitar, falando descontraído: - Já faz um bom tempo que não piloto esta nave! Ela possuía sensores de leitura mental. Isso fazia com que o controle da nave fosse feito por telepatia. Observava o mostrador do painel enquanto a nave decolava em direção a uma parte pouco habitada do planeta, onde havia uma paisagem exuberante. Notei a felicidade de Miria por ter voltado à Metalha, lugar que nos era muito querido, além de ser o planeta em que nascemos. Ficamos conversando sobre assuntos simples, tais como as belezas naturais das áreas que sobrevoávamos. Recordamos nosso nascimento em Metalha, há cinco mil anos, logo após termos chegado com o corpo astral do planeta Icron, local de nossa vida física anterior. Miria também lembrou que, ao chegarmos a Metalha, entramos em contato com o Conselho Planetário, para que este possibilitasse a materialização de nossos corpos. Em Metalha, o nascimento dos seres é feito através de materialização ectoplasmática, tornando desnecessária a presença de progenitores.


Os recém-nascidos possuem consciência de adulto, juntamente com a memória de vidas anteriores. O tempo médio de vida para os corpos nascidos em Metalha equivale a dez ou onze mil anos terrestres. Os corpos são ectoplasmáticos de cor dourada ou prateada, dividindo-se em vários tons que mudam de cor conforme o nível de evolução espiritual. Cada corpo oriundo de Metalha tem, entre outras capacidades, a de tomar a forma e a composição molecular que desejar. Tais transformações são empregadas apenas quando há real necessidade. A forma de comunicação utilizada é a telepatia e os olhos enxergam por meio de clarividência, o que viabiliza o acesso simultâneo a várias dimensões e localidades. Os meios de locomoção corporal são a flutuação magnética e a teleportação.


A alimentação é feita por absorção corporal de energia cósmica. Em função do avanço tecnológico, a população prefere fazer uso de aparelhos, para que não haja um excessivo desgaste das energias corporais. Comentei: - Realmente, Miria. Em comparação a outros planetas, nossa evolução aconteceu de forma muito rápida com o corpo de Metalha. Além disso, contamos com o fato de podermos nos desligar momentaneamente deste corpo e assumir outro, em outro planeta. Saímos da nave deslizando suavemente e percorremos as vastas planícies douradas. As flores exalavam um aroma inebriante. Voávamos de mãos dadas, em uma comunhão de sentimentos que fortificava nossas energias. Como uma música, o som da voz de Miria soou em minha mente: - Alderan! Veja aquele vale atrás das colinas flamejantes! Existe um lago onde costumava banhar-me, antes de nossa partida para fora do planeta. Vamos até lá? - Respondi que sim. Alçamos vôo rumo às colinas. Ao avistar o vale, contemplei um vasto espaço líquido. O lago mostrava uma beleza imensa. Soltamos as mãos e voamos tão próximos ao lago que, tocando suavemente a água com a ponta dos dedos, produzimos um rastro de faíscas douradas e prateadas. Miria mergulhou em suas águas brilhantes e eu a segui.


O comunicador sinalizou. Era Sion, informando que Ashtar concluíra a análise dos relatórios da missão e estava nos aguardando em sua nave, para discutirmos os resultados. Estando fora da água, chamamos a nave pelo controle automático e, em poucos segundos, ela pairou acima de nossas cabeças. As portas se abriram com nossa presença, e Miria assumiu os controles. Velozmente, a nave atravessou o firmamento e saímos da atmosfera. Avistamos, ao longe, a brilhante nave-mãe, comandada por Ashtar. Era tão grande que não podia aproximar-se muito do planeta, a fim de não perturbar o equilíbrio gravitacional. Informei-lhes sobre nossa aproximação: - Alderan falando. Peço permissão para pouso. - Afirmativo. Concedida permissão para pouso na rampa número 1.500, setor noroeste. Miria ajustou as coordenadas ao computador de bordo e, após alguns instantes, estávamos pousando.


Saímos da nave e trocamos nossos trajes , sendo que iríamos a uma conferência formal com os comandantes que integram o Comando Ashtar. Eu sabia que os líderes da Unidade também tinham sido comunicados. Percorremos um longo corredor, num veículo utilizado para transporte interno. De fato a nave-mãe poderia ser comparada, em suas proporções, a um planeta. Enfim chegamos ao local da reunião, onde poltronas estavam organizadas em forma de meia-lua. Ao notar que os líderes de equipes da Unidade Prata estavam aglomerados em determinadas poltronas, fui em direção a eles. Após cumprimentá-los, sentei-me. Ashtar estava no palanque e parecia aguardar a chegada de outras unidades. Olhei ao meu redor e notei a presença de vários comandantes de nave, cuja maioria eu conhecia. Assim que se completou o Comando, foi iniciada a explanação de Ashtar: - Como foi informado ao governo de Metalha, ocorrerá em breve a transição dos universos dimensionais. Em função deste avanço dimensional, as leis da natureza serão alteradas. Detendo a atenção de todos, continuou: - Estas modificações impossibilitam a permanência de determinados seres em seus planetas, pois não suportarão as vibrações eletromagnéticas advindas da sutilização dimensional. - Para evitar que seus corpos astrais mais densos sejam expostos a tais radiações, provocando terríveis traumas psico-mentais (o que atrasaria muito o ritmo de suas evoluções), precisaremos efetuar as transmigrações planetárias. Desta forma, poderá ser mantida a harmonia na evolução dos seres.


Olhando fixamente para Ashtar e inebriado com suas palavras, meditei profundamente sobre a importância dos acontecimentos narrados por ele. Durante toda a exposição dos fatos vindouros, meu pensamento girava em torno de qual seria a tarefa da Unidade nas transmigrações. Terminada a palestra, nossa unidade foi convidada pelo Conselho Planetário a formular, com eles, os planos de ação da Unidade Prata.


A reunião seria feita em um salão que ficava próximo do auditório em que estávamos. Andamos por um largo corredor cujo piso, paredes e teto eram de cor cinza-chumbo. Em uma das laterais surgiu uma porta, que fechou-se automaticamente ao passarmos por ela. Sentamo-nos em poltronas brancas, organizadas em forma de círculo. Ashtar, que já estava nos aguardando, disse: - O Conselho analisou os relatórios da Unidade. Todos ficamos satisfeitos com os resultados. Temos funções para sua Unidade na grande missão, Alderan. Porém será necessária uma série de modificações e a primeira delas é aumentar o número de integrantes da Unidade. Transbordei de felicidade ao receber aquele convite. Notei que Miria, assim como os líderes de equipe, demonstravam seu contentamento. Escutamos as diretrizes passadas por Ashtar e membros do Conselho. A reunião havia acabado. Sion parecia bastante animado com o planejamento da nossa nova missão. Seguimos para a rampa de decolagem, onde duas naves do Cruzador estavam à nossa espera. Entramos na atmosfera de Metalha e fomos em direção ao espaçoporto, onde estava o Cruzador. Fizemos a aproximação e foi aberta uma das rampas de pouso.


Descemos da nave e fomos direto para a ponte de controle. Lá chegando, liguei o comunicador: - Drilha, aqui é Alderan. Peço que venha ao Cruzador, pois temos assuntos importantes a tratar. Mais tarde, avistei no monitor uma pequena nave. Reconheci nela a insígnea do Centro Tecnológico Planetário. Drilha chegou à ponte de controle. Aproximei-me dela, dizendo que se tratava de um convite. Expliquei que teríamos uma nova missão e, em função da envergadura da tarefa, era preciso aumentar o número de integrantes da Unidade. Drilha aceitou o convite. Tínhamos um prazo de dez anos para estarmos com a Unidade Prata pronta para partir em missão, mas bem antes disso conseguimos completar os cinco mil integrantes.


O dia da partida finalmente havia chegado. Era enorme o meu contentamento em ver a conclusão do treinamento das novas equipes da unidade. O céu de Metalha mostrava um enxame de cruzadores e algumas estações orbitais. Recebi as ordens de Ashtar para partirmos rumo à Terra. Entretanto, precisaríamos passar pelo planeta Icron, em Orion. Lá, os membros da tripulação que possuíam o corpo de Metalha teriam de trocar temporariamente de corpo, para poderem entrar no setor do planeta Terra. Eu também fazia parte deste grupo.


O Cruzador decolou da base Talha-1, cruzando um céu cheio de naves e entrando no espaço sideral. Na passagem pelo planeta Icron e, após a troca de corpos físicos, passamos para a décima dimensão física. Constatamos que algumas de nossas habilidades corporais haviam sido bloqueadas. Após algum tempo no espaço, entramos no sistema solar da Terra. Paramos em Júpiter, a fim de conferenciarmos com o Conselho Solar a respeito de nossa participação na missão Terra. Chegamos ao planeta Terra no início do Século XVII. Seria necessário que parte da Unidade ingressasse na terceira dimensão física. No próprio Cruzador encontravam-se as câmaras de animação suspensa, onde nossos corpos ficariam guardados. Estando lá, abri a tampa de cristal e deitei-me, fechando-a. Escutei uma pequena explosão e desmaiei, ofuscado por uma luz forte. Quando acordei, percebi que acabara de nascer em um corpo da Terra, no ano de 1971. Chorei em um corpo de bebê. As pessoas ali presentes sequer desconfiavam que naquele choro havia uma certa tristeza, por me encontrar naquele corpo primitivo e cheio de limitações. Minha nova vida na Terra seria dura e cheia de sacrifícios mas, acima de tudo, eu tinha uma missão a cumprir, custasse o que custasse. A maior parte da missão seria realizada durante minhas saídas para fora do corpo, e a outra parte no plano físico. Antes que eu nascesse, recebi informações de que seres negativos tentariam provocar a morte de meu corpo físico, mas a Unidade estaria fazendo a minha segurança. Mesmo assim eu não tinha garantia total de vida, pois o plano físico, na terceira dimensão da Terra, ainda estava sendo controlado pelas trevas. De início, meu corpo físico apresentou uma forte incompatibilidade com a vibração de meu corpo astral. Isto levou a um princípio de rejeição que, se não fosse revertido, provocaria minha morte. Durante dias e noites eu não parava de chorar e recusava-me terminantemente a sorver o leite materno, o que provocava preocupação em meus pais. Era uma tortura ficar dentro de um corpo apertado, que me sufocava sem piedade, como se fosse feito de concreto e não obedecesse ao meu comando. Os dias foram passando e eu entrava em um estado crítico, o qual necessitava urgente de uma solução, pois minha vida corria perigo.


Os cientistas da Unidade apresentaram uma alternativa: era preciso provocar a queda vibracional do corpo energético, para que este ficasse mais denso e entrasse em sintonia com a densidade do corpo físico. Entretanto, tal densificação provocaria um atraso do despertar da memória imortal. Sendo a única solução encontrada, comecei a ser submetido a sessões de densificação vibracional, nas vezes em que saía do corpo físico através do sono. A densificação limitava ainda mais a minha consciência, afastando-me dias, meses, e até anos do despertar da consciência imortal. O processo estava dando certo, mas ainda não tinha sido suficiente para fazer a sintonia total com o corpo físico. Era preciso fazer algo mais. Certo dia, um dos cientistas da equipe encarregada do projeto andava por uma fazenda vizinha da que eu morava. Trajava um macacão de cor prateada. Ele passou por um curral cheio de cabras e ficou encostado na cerca de madeira escura, envelhecida pelo tempo, observando um trabalhador rural que ordenhava uma cabra. Tanto o ordenhador quanto os animais ali presentes não percebiam a presença do cientista extraterrestre, pois este se encontrava em outra dimensão, tornando-o invisível a olhos comuns. O cientista aproximou-se do balde que estava recebendo o leite.


Olhou atentamente aquele líquido branco, espumando a cada jato extraído do animal pelas mãos habilidosas do ordenhador. Sua curiosidade fez com que apanhasse um pequeno aparelho que estava preso a seu cinto. Este aparelho continha uma tela de imagens coloridas. Apontou-o, então, para o leite e examinou a densidade do código genético. Registrada a freqüência dimensional, o cientista chegou à seguinte conclusão: bastava que eu ingerisse aquele leite para entrar na freqüência do corpo físico e assim, o problema estaria resolvido. Os cientistas astrais encarregados de cuidar do meu corpo inspiraram meus pais para que estes me alimentassem com leite de cabra, o que veio acontecer no dia seguinte. Eu tinha quase um ano de idade embora minha consciência estivesse entorpecida (como a de qualquer ser humano daquela idade), vasculhava, algumas vezes, na profundidade do meu ser, a fronteira do inconsciente e de lá trazia reminiscências de um passado distante. Pensava comigo mesmo: "Que mundo estranho é este em que estou?" Passaram-se os anos e eu não morava mais na fazenda.


Minha família mudava-se tanto de residência que se tornou difícil guardar as lembranças dos lugares em que morei. Mais uma vez, fixamos nova moradia, em um bairro da cidade de Goiânia. Eu completara onze anos. Estava na escola, mas os estudos não iam bem, devido aos ataques que vinha sofrendo por falanges de seres das sombras. A Unidade Prata protegia-me constantemente, mas sua ação direta era dificultada pelo fato de eu estar no plano físico e eles no plano astral. Neste ponto, as trevas levavam vantagem, pois tinham o controle do mundo físico da Terra e atuavam diretamente através de seus adeptos no plano físico. Fui atacado de diversas maneiras mas, geralmente, dava-se por meio de acidentes, doenças ou ataques fora do corpo. Nas proximidades da minha nova moradia havia um campo todo cercado de arame. Alguns dias após chegarmos de mudança, comecei a ter sonhos, e nestes sonhos eu ia até o campo e via várias naves pousando. Delas saíam seres de outros mundos. Aos dezesseis anos, mudanças estranhas começaram a acontecer com minha consciência. Tais mudanças faziam com que eu entrasse em outras realidades existenciais até que, um certo dia, ocorreu algo que mudou minha vida. Já ao cair da tarde, algo começou a acontecer. Experimentava uma sensação diferente em minha cabeça. Era um pulsar, que começou lentamente e depois foi acelerando o ritmo. As batidas eram de baixo para cima, dando a impressão de que algo iria sair pelo topo da minha cabeça. Após alguns minutos, fui envolvido por uma sonolência irresistível.


Pensei em deitar e dormir um pouco. Entrei no quarto e tranquei a porta. Abri a janela para aumentar a ventilação, pois o calor era enorme. Tirei a camisa, colocando-a em cima do meu rosto, a fim de proteger-me da luminosidade. Passaram-se alguns instantes e a sonolência acabou. Os meus pensamentos fluíam com uma facilidade incomum e produziam um som que ecoava em minha cabeça. O ecoar transformou-se em um barulho tão alto que parecia uma turbina de avião. Assustei-me e pensei em levantar, mas não consegui. Meu corpo estava totalmente entorpecido. Entrei em pânico e gritei por socorro, mas minha boca também não se movia, apesar de ter escutado o som da minha voz, que parecia vir dos meus pensamentos. Quando notei que meus gritos não chamavam a atenção de ninguém, calei-me e pensei: "Será que morri? Mas isto não é possível, minha saúde está ótima!" Juntei todas as minhas forças e, num só golpe, levantei-me. Fui surpreendido por um fenômeno que até então desconhecia.


Havia saído do corpo físico e estava flutuando logo acima dele. Maravilhado e ao mesmo tempo confuso com o que estava acontecendo, pensei: "Como pode ser? Estou fora do corpo e, tão leve, que até posso voar!" Procurei me concentrar para descer e pisar o chão. Já de pé ao lado do corpo, que dormia na cama, andei pelo quarto, tentando compreender o que se passava comigo. Notei que meu raciocínio estava bem mais rápido e minha auto-análise mais crítica. Refleti: "Isso não pode ser um sonho, é muito real. Sei quem sou, onde estou e o que faço." Olhei detalhadamente o meu quarto e notei que as paredes, como também os objetos, continuavam idênticos aos do plano físico. Uma súbita curiosidade me fez querer saber como seria o contato com alguém, estando eu fora do corpo. Fui ao encontro da porta, pensando se conseguiria abri-la com um simples esforço. Levei minha mão direita em direção à maçaneta, mas a surpresa veio quando pude observar minha mão passando através dela. Então pensei comigo mesmo: "Que fantástico! Posso passar através dos objetos físicos!" Comecei a passar através da porta, experimentando uma sensação agradabilíssima de sutilização e leveza.


Saindo do quarto, fui em direção à sala-de-estar, à procura de alguém. Escutei vozes vindas da cozinha e fui até lá. Vi meus avós e pensei: "Eles não vão acreditar no que está acontecendo comigo!" Minha avó estava de pé perto do fogão, preparando o jantar. Conversava descontraidamente com meu avô, que se encontrava sentado em uma cadeira. Chegando perto dela, disse: - Está acontecendo uma coisa muito estranha comigo. Fui dividido em dois. Existe uma outra cópia de mim, dormindo lá no quarto. Outra surpresa: Nenhum dos dois parecia notar a minha presença. Fiquei um pouco angustiado e voltei para o meu quarto onde, novamente, avistei meu corpo físico deitado na cama, inerte como uma rocha. Calculei que, se eu deitasse em cima do corpo, talvez conseguisse acordar. Após deitar-me, passaram alguns segundos e senti novamente o entorpecimento que havia me paralisado. Esforcei-me para vencer tal estágio e, finalmente, consegui acordar, todo coberto de suor. Pensativo e fascinado com a experiência, levantei da cama. Logo pensei em contar para alguém, mas depois de avaliar melhor, cheguei à conclusão de que nenhum conhecido meu acreditaria naquela história.

Linha do tempo: Formação da Terra


O planeta teria se formado pela agregação de poeira cósmica em rotação, aquecendo-se depois, por meio de violentas reações químicas. O aumento da massa agregada e da gravidade catalisou impactos de corpos maiores. Essa mesma força gravitacional possibilitou a retenção de gases constituindo uma atmosfera primitiva.

O envoltório atmosférico primordial atuou como isolante térmico, criando o ambiente na qual se processou a fusão dos materiais terrestres. Os elementos mais densos e pesados, como o ferro e o níquel, migraram para o interior; os mais leves localizaram-se nas proximidades da superfície. Dessa forma, constituiu-se a estrutura interna do [planeta], com a distinção entre o núcleo, manto e crosta (litosfera).

O conhecimento dessa estrutura deve-se à propagação de ondas sísmicas geradas pelos terremotos. Tais ondas, medidas por sismógrafos, variam de velocidade ao longo do seu percurso até a superfície, o que prova que o planeta possui estrutura interna heterogênea, ou seja, as camadas internas possuem densidade e temperatura distintas. A partir do resfriamento superficial do magma, consolidaram-se as primeiras rochas, chamadas magmáticas ou ígneas, dando origem a estrutura geológica denominado escudos cristalinos ou maciços antigos. Formou-se, assim, a litosfera ou crosta terrestre.

A liberação de gases decorrentes do resfriamento do planeta originou a atmosfera, responsável pela ocorrência das primeiras chuvas e pela formação de lagos e mares nas áreas rebaixadas. Assim, iniciou-se o processo de intemperismo (decomposição das rochas) responsável pela formação dos solos e conseqüente início da erosão e da sedimentação. As partículas minerais que compõem os solos, transportados pela água, dirigiram-se, ao longo do tempo, para as depressões que foram preenchidas com esses sedimentos, constituindo as primeiras bacias sedimentares (bacias sedimentares são depressões da crosta, de origem diversa, preenchidas, ou em fase de preenchimento, por material de natureza sedimentar), e, com a sedimentação (compactação), as rochas sedimentares. No decorrer desse processo, as elevações primitivas (pré-cambrianas) sofreram enorme desgaste pela ação dos agentes externos, sendo gradativamente rebaixadas. Hoje, apresentam altitudes modestas e formas arredondadas pela intensa erosão, constituindo as serras conhecidas no Brasil como serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, de Parima, Pacaraíma, Tumucumaque, etc. e, em outros países, os Montes Apalaches (EUA), os Alpes Escandinavos (Suécia e Noruega), os Montes Urais (Rússia), etc.

Os escudos cristalinos ou maciços antigos apresentam disponibilidade de minerais metálicos (ferro, manganês, cobre), sendo por isso, bastante explorados economicamente. Nos dobramentos terciários podem haver qualquer tipo de minério. O carvão mineral e o petróleo são comumente encontrados nas bacias sedimentares. Já os dobramentos modernos são os grandes alinhamentos montanhosos que se formaram no contato entre as placas tectônicas em virtude do seu deslocamento a partir do período Terciário da era Cenozóica, como os Alpes (sistema de cordilheiras na Europa que ocupa parte da Áustria, Eslovênia, Itália, Suíça, Liechtenstein, Alemanha e França), os Andes (a oeste da América do Sul), o Himalaia (norte do subcontinente indiano), e as Rochosas.

Mensagem de Ashtar Sheran





A mensagem abaixo foi dada por Ashtar Sheran, personalidade conhecida no meio ufológico. Seria ele o comandante de uma equipe de extraterrestres cuja missão é o de proteger o nosso planeta. As mensagens vindas de Ashtar eram feitas por meios telepáticos, mas esta em especial veio por um outro método, conhecido por transcomunicação. Muito conhecido no meio espírita, a transcomunicação parte do princípio de que seres em outras dimensões podem se comunicar conosco usando equipamentos eletrônicos, tais como aparelhos de TV, rádios e gravadores K7. No caso específico desta mensagem, recebida em várias datas e locais diferentes, as informações foram captadas, de uma forma "ocasional", por gravadores de fita K7 quando se tentava copiar uma outra fita, CD, disco de vinil ou uma música que tocava em uma rádio. Chegou ao meu conhecimento também o relato de uma psicografia com o mesmo conteúdo. Para baixar o arquivo de áudio MP3 com a mensagem de Ashtar Sheran, clique aqui.
Abaixo seguem partes da mensagem captada. Para ler a mensagem na íntegra, baixe-a aqui:
“... os seus guardiães invisíveis estão muito preocupados com o estado do planeta “Shan”. Nós somos dez milhões de homens do espaço, fartamente equipados com forças de natureza etérica, a fim de se oporem às intenções das forças destrutivas, tornando inofensivos seus meios. Sabemos quais as regiões da Terra que estão fadadas à destruição, e logo que apareçam o perigo enviaremos à esses lugares vários milhares de “ventlah” - discos voadores. ... Nossos meios de comunicação telepática e de observação visual, que englobam cada pessoa e cada lugar da Terra, estão ainda além da compreensão atual de vocês. As promessas tantas vezes repetidas de que aqueles que depositarem a sua confiança em Deus serão protegidos, são perfeitamente exatas. O nosso aparecimento sob uma forma física, ou materialização de nossas naves aéreas, dependem das instruções que recebemos de bases que estão muito acima da estratosfera de vocês. Estas instruções são determinadas em grande parte pelos acontecimentos e pelas reações humanas. Outros fatores desempenham também o papel, como a influência planetária magnética, as condições astrais, as vibrações especiais provenientes das forças concentradas no interior do globo, ou das regiões onde os humanos despertam diante do perigo e fazem tentativas desesperadas para deles se livrarem. Estas últimas considerações são talvez o elemento mais poderoso que leva as nossas forças para eles. ... Nós estamos vindo como libertadores, ou defensores, e esperamos instruções para uma missão mais agradável. Poderemos, então, misturarmos livremente com vocês, iniciando-os em tantas delícias e em um bom número de privilégios que possuímos. ... Estão nos apressando para salvar todas as almas que quiserem adaptar-se às transformações gloriosas exigidas pela Nova Era. ... Devo dizer que a incapacidade de todos, salvo a de um punhado de homens, de poder captar pelo menos uma visão efêmera da mensagem espiritual do Mestre, que os teria libertado de toda a servidão material, representa uma cegueira que encheu nossos corações de angústia quanto a possibilidade de salvar a Terra da destruição total. Nós, que os vigiamos dos nossos postos de observação no espaço, perdemos toda a esperança de ver o planeta “Shan” - a Terra - escapar à sua morte. No que nos diz respeito, tínhamos resolvido esquecer a Terra de vocês. Mas para o seu Salvador, a coisa era diferente. Ele fez a promessa sagrada de que voltaria. Por isso, este mundo tenebroso será por Ele iluminado, apesar de todos os esforços das forças do mal para impedir este acontecimento. Temos confiança que esta promessa será cumprida, e nós nos submetemos inteiramente à direção suprema do Salvador Invisível de vocês. Quer essa assistência chegue visivelmente por meio de astronaves, ... quer esse auxílio venha por meios misteriosos e invisíveis, é certo todavia que os homens e as mulheres que cumprem as missões para as quais nasceram sobre a Terra receberão tudo o que for necessário para garantir o seu sucesso e para desempenhar o papel que lhes é destinado. ... É inevitável uma era de purificação antes que se possa instaurar um sistema mais perfeito. Há meios para tornar menos dolorosa uma tal purificação e a eliminação destes resíduos inquietantes, embora, em diferentes partes do globo, só uma completa varredura fará desaparecer qualquer vestígio das antigas abominações e seus resíduos. Há, no entanto, inúmeros casos em que esforços determinados são levados à efeito por indivíduos, grupos ou movimentos, para uma reforma viva da Nova Era, esforços que impedirão medidas tão radicais. ... ... seria uma grande ajuda se vocês quisessem manter em relação à nós sentimentos amistosos e de confiança, e pensamentos de boas vindas. As nossas forças encontrariam assim uma atmosfera bem adaptável ao seu trabalho, pois elas têm necessidade desses campos de luz para aterrissar e repousar por alguns instantes afim de poderem adaptar-se às condições e às vibrações que encontrarão ao cumprirem a sua missão. Conhecemos cada um de vocês e sabemos da simpatia daqueles que testemunham a nossa missão, e queríamos que vocês soubessem a ajuda que isto representa para nós ... Estamos profundamente reconhecidos à vocês por sua compreensão e por sua benevolência.
Assinado: Ashtar, Comandante da frota dos homens do espaço.”

26 maneiras de identificar se uma comunicação provém de um bom espírito


Estudando-se com cuidado o caráter dos espíritos que se apresentam, sobretudo do ponto de vista moral, se reconhece sua natureza e o grau de confiança que se lhe pode conceder. O bom-senso não poderia enganar





Seja você espírita ou não, provavelmente, já se viu em determinada situação em que alguém lhe transmitiu alguma “mensagem”, recebida por algum médium, adivinho ou “sensitivo”, tendo você como especial destinatário. É muito provável, também, você conhecer pessoas que andam consultando e recebendo instruções de espíritos por aí, na intenção de obter soluções rápidas para seus problemas ou aflições. Há também o caso daquele seu vizinho que “recebe” tal e qual entidade e “trabalha” em casa mesmo.
Pois bem, você deve ter ficado em dúvida, sem saber discernir o conteúdo dessas mensagens. Teria sido proveniente de um espírito mesmo? Ou então, no mínimo, teria esse espírito uma índole moral superior capaz de merecer a sua confiança?
Levando ainda essa questão para o campo estritamente psíquico, da influenciação espiritual, a que todos estamos sujeitos e que ocorre inconscientemente, na rotina de nossas vidas, podemos observar a natureza de nossas próprias cogitações mentais. O que estamos cogitando? Seja o que for, será algo digno de alguém preocupado com a auto-educação espiritual?
Respostas para dúvidas mediúnicas estão na obra de Allan Kardec
O codificador do espiritismo, Allan Kardec, em sua obra O Livro dos Médiuns, deixou tudo isso muito bem claro e, para os estudiosos da doutrina, o que falamos aqui não é nenhuma novidade. Mas, para quem está chegando agora e para os que se interessam em recapitular o aprendido, aqui vão 26 maneiras de identificar se uma comunicação é proveniente de um espírito superior ou não:
1.- Não há outro critério para discernir o valor dos espíritos senão o bom-senso.
2.- Conhecemos os espíritos pela sua linguagem e pelos seus conselhos, ou seja, pelos sentimentos que inspiram e os conselhos que dão.
3.- Uma vez admitido que os bons espíritos não podem dizer e fazer senão o bem, tudo o que for mau não pode provir de um bom espírito.
4.- A linguagem dos espíritos superiores é sempre digna, nobre e elevada, sem mistura de trivialidades. Dizem tudo com simplicidade e modéstia, não se gabam jamais, não exibem seu saber nem a sua posição entre os outros. A linguagem dos espíritos inferiores ou vulgares tem sempre algum reflexo das paixões humanas. Toda expressão que indique baixeza, presunção, arrogância, fanfarrice, acrimônia, é indício característico de inferioridade, ou de fraude se o espírito se apresenta sob um nome respeitável e venerado.
5.- Não é pela forma material e nem pela correção do estilo que se julga um espírito mas, sim, sondando-lhe o íntimo, esquadrinhando suas palavras, pesando-as friamente, maduramente e sem prevenção. Todo desvio de lógica, razão e de sabedoria, não pode deixar dúvida quanto à sua origem, qualquer que seja o nome com o qual se vista a entidade espiritual comunicante.
6.- A linguagem dos espíritos elevados é sempre idêntica, senão quanto à forma, pelo menos quanto ao fundo. Não são contraditórios.
7.- Os bons espíritos não dizem senão o que sabem, calam-se ou confessam sua ignorância sobre o que não sabem. Os maus falam de tudo com segurança, sem se preocuparem com a verdade. Toda heresia científica notória, todo princípio que choque o bom-senso, mostra a fraude se o espírito se diz esclarecido.
8.- É fácil reconhecer os espíritos levianos pela facilidade com que predizem o futuro e precisam fatos materiais que não nos é dado conhecer. Os bons espíritos podem fazer pressentir as coisas futuras quando esse conhecimento for útil, mas não precisam jamais as datas: todo anúncio de acontecimento com época fixada é indício de uma mistificação.
9.- Os espíritos elevados se exprimem de maneira simples, sem prolixidade. Seu estilo é conciso, sem excluir a poesia de idéias, de expressões sempre inteligíveis e ao alcance de todos, sem exigir esforço para ser compreendido. Têm a arte de dizerem muitas coisas com poucas palavras, porque cada palavra tem sua importância. Os espíritos inferiores, ou falsos sábios, escondem sob a presunção e ênfase o vazio dos pensamentos. Sua linguagem, freqüentemente, é pretensiosa, ridícula, ou obscura à força de querer parecer profunda. Mas não é.
10.- Os bons espíritos jamais ordenam: não se impõem, aconselham e, se não são escutados, se retiram. Os maus são imperiosos, dão ordens, querem ser obedecidos e permanecem mesmo assim. Todo espírito que se impõe, trai sua origem. São exclusivos e absolutos em suas opiniões, e pretender ter, só eles, o privilégio da verdade. Exigem uma crença cega e não apelam à razão, porque sabem que a razão os desmascariam.
11.- Os bons espíritos não lisonjeiam. Aprovam quando se faz o bem, mas sempre com reservas. Os maus dão elogios exagerados, estimulam o orgulho e a vaidade, pregando a humildade, e procuram exaltar a importância pessoal daqueles a quem desejam captar.
12.- Os espíritos superiores estão acima das puerilidades da forma e em todas as coisas. Só os espíritos vulgares podem dar importância a detalhes mesquinhos, incompatíveis com as idéias verdadeiramente elevadas. Toda prescrição meticulosa é um sinal certo de inferioridade e de fraude da parte de um espírito que toma um nome importante.
13.- Desconfie dos nomes bizarros e ridículos que tomam certos espíritos que querem se impor à credulidade. Seria soberanamente absurdo tomar esses nomes a sério.
14.- Desconfie também dos espíritos que se apresentam muito facilmente com nomes extremamente venerados e não aceite suas palavras senão com a maior reserva. Neste caso é necessário um controle severo e indispensável, porque, freqüentemente, é uma máscara que tomam para fazer crer em pretendidas relações íntimas com os espíritos excepcionais. Por esse meio afagam a vaidade do médium e dela se aproveitam para induzi-lo, constantemente, a diligências lamentáveis ou ridículas.
15.- Os bons espíritos são muito escrupulosos sobre as atitudes que podem aconselhar. Em todos os casos, não aconselham jamais se não houver um objetivo sério eminentemente útil. Deve-se considerar como suspeitas todas as que não tiverem esse caráter, ou não estiverem de acordo com a razão. É ainda necessário refletir maduramente todo conselho recebido para não correr o risco de expor-se a mistificações desagradáveis.
16.- Os bons espíritos podem também serem reconhecidos pela sua prudente reserva sobre todas as coisas que podem comprometer. Repugna-lhes revelar o mal.
Os espíritos levianos ou malévolos se comprazem em faze-lo realçar. Enquanto que os bons procuram suavizar os erros e pregam a indulgência, os maus os exageram e sopram a cizânia por meio de insinuações pérfidas.
17.- Os bons espíritos prescrevem unicamente o bem. Toda máxima, todo conselho que não esteja estritamente conforme a pura caridade evangélica, não pode ser obra dos bons espíritos.
18.- Os bons espíritos não aconselham jamais senão coisas perfeitamente racionais. Toda recomendação que se afaste da reta linha do bom-senso ou das leis imutáveis da natureza, acusa um espírito limitado e, por conseqüência, pouco digno de confiança.
19.- Os espíritos maus ou simplesmente imperfeitos se traem ainda por sinais materiais ante os quais a ninguém poderiam enganar. Sua ação sobre o médium é algumas vezes violenta, nele provocando movimentos bruscos e sacudidos, uma agitação febril e convulsiva, que se choca com a calma e a doçura dos bons espíritos.
20.- Os espíritos imperfeitos, freqüentemente, aproveitam os meios de comunicação de que dispõem para dar pérfidos conselhos. Excitam a desconfiança e animosidade contra aqueles que lhe são antipáticos, os que podem desmascarar suas imposturas são, sobretudo, o objeto de sua repreensão.
Os homens fracos são seu alvo para os induzir ao mal. Empregando, sucessivamente, os sofismas, os sarcasmos, as injúrias e até sinais materiais de seu poder oculto para melhor convencer, procuram desviá-los da senda da verdade.
21.- O espírito de homens que tiveram, na Terra, uma preocupação única, material ou moral, se não estão libertos da influência da matéria, estão ainda sob o império das idéias terrestres, e carregam consigo uma parte de preconceitos, de predileções e mesmo de manias que tinham neste mundo. O que é fácil de se reconhecer pela sua linguagem.
22.- Os conhecimentos com os quais certos espíritos se adornam, com uma espécie de ostentação, não são um sinal de sua superioridade. A inalterável pureza dos sentimentos morais é, a esse respeito, a verdadeira prova de sua superioridade moral.
23.- Não basta interrogar um espírito para conhecer a verdade. É preciso, antes de tudo, saber a quem se dirige, porque os espíritos inferiores, ignorantes eles mesmos, tratam com frivolidade as questões mais sérias.
Também não basta que um espírito tenha tido um grande nome na Terra, para ter, no mundo espírita, a soberana ciência. Só a virtude pode, em purificando-o, aproximá-lo de Deus e desenvolver seus conhecimentos.
24.- Da parte dos espíritos superiores, o gracejo, freqüentemente, é fino e picante, mas jamais é trivial. Entre os espíritos gracejadores que não são grosseiros, a sátira mordaz é sempre muito oportuna.
25.- Estudando-se com cuidado o caráter dos espíritos que se apresentam, sobretudo do ponto de vista moral, se reconhece sua natureza e o grau de confiança que se lhe pode conceder. O bom-senso não poderia enganar.
26.- Para julgar os espíritos, como para julgar os homens, é preciso saber primeiro julgar a si mesmo. Infelizmente, há muitas pessoas que tomam sua opinião pessoal por medida exclusiva do bom e do mau, do verdadeiro e do falso. Tudo o que contradiga sua maneira de ver, suas idéias, o sistema que conceberam ou adotaram, é mau aos seus olhos. A tais pessoas, evidentemente, falta a primeira qualidade para uma justa apreciação: a retidão do julgamento. Mas disso não suspeitam. É o defeito sobre o qual mais nos iludimos.
Acreditamos que tendo essas considerações em mente, fica bem mais fácil discernirmos a qualidade de nossos próprios pensamentos e também nos precavermos de tanta charlatanice que anda deturpando a essência esclarecedora do espiritismo por aí.